
A Coleção TREGER SAINT SILVESTRE integra mais de 2000 obras de Arte Bruta, Arte Singular e arte contemporânea. A Coleção é uma das mais ricas coleções privadas no mundo e conta com autores clássicos de Arte Bruta, tais como Adolf Wölfli, Henry Darger, Martín Ramírez, Friedrich Schröder-Sonnenstern, Giovanni Battista Podestà e Oskar Voll, assim como descobertas mais recentes, como Ezekiel Messou, Guo Fengyi, Giovanni Galli, Miroslav Tichý e Eugene Von Bruencheinhein.
A sua natureza específica torna-a única no Sul da Europa.
Desde 2014 a Coleção está disponível ao público no Centro de Arte Oliva em São João da Madeira, em Portugal. Em 2017 a Coleção foi distinguida com o prémio “Colecionador” pela APOM – Associação Portuguesa de Museologia.
O Centro de Arte Oliva é um centro de exposições criado para a difusão das expressões artísticas contemporâneas. É a única instituição artística em Portugal que apresenta de forma regular e contínua exposições de arte contemporânea e arte bruta/outsider. Na base desta programação estão principalmente as duas coleções particulares residentes: a coleção de Norlinda e José Lima, uma coleção de arte contemporânea e a coleção Treger Saint Silvestre, uma coleção de artes marginais como Arte Bruta/Outsider e Arte Singular.
Juntos estes dois acervos somam mais de duas mil obras e cerca de quinhentos artistas nacionais e internacionais. Ambas as coleções foram distinguidas em 2017 com o Prémio Colecionador da Associação Portuguesa de Museologia.
Arte Bruta
Arte Singular
A arte singular é um movimento artístico que escapa às classificações tradicionais e académicas. Caracteriza-se por uma grande liberdade de expressão e, muitas vezes, por uma originalidade desconcertante. Desenvolvendo-se em França a partir da década de 70, este movimento reúne artistas contemporâneos autodidatas, marginais ou não convencionais. Este tipo de arte destaca-se pela sua rejeição das normas estabelecidas e pela sua inclinação para a criatividade crua e instintiva.
Os artistas singulares inspiram-se nas suas próprias experiências, emoções e visão do mundo, sem restrições de estilo ou influência. Exploram diversas formas, materiais e técnicas, muitas vezes fora dos códigos tradicionais das belas-artes. Esta espontaneidade dá origem a obras únicas, imbuídas de uma forte intensidade emocional e de uma sinceridade marcada, que desafiam e perturbam o espectador.
Arte Vodu
O culto Vudu é originário da costa ocidental de África, do Togo ao oeste da Nigéria, alargou-se às Caraíbas, sobretudo ao Haiti e à América do Sul e do Norte, através do comércio de escravos dos séculos XVII e XVIII. Na arte Vudu a pintura e escultura são expressões populares e tradicionais de inspiração religiosa, utilizadas como meio de veicular mensagens divinas, de esperança, de união, de coragem e de ajuda mútua no trabalho e na agricultura.
A arte Vudu, que tem uma origem animista, é também uma arte de transformação, atribui vida aos objetos. Os Bosmetal ou Bos pièsanfè transformam pedaços de madeira, chapas de metal recortadas em bidões de gasolina, pregos, ferro-velho e sucata em objetos de culto, criando uma iconografia religiosa onde cristianismo, hinduísmo e as crenças africanas e ameríndias convivem sem antinomia.