Lippstreu, Alexis
França, 1972
Alexis Lippstreu começou a desenhar compulsivamente há cerca de dez anos. Só se expressa através dos seus desenhos, e quando fala em resposta a uma pergunta direta fá-lo sussurrando monossílabos apenas com um fio de voz. Lippstreu nunca falou sobre as suas motivações ou sobre o significado das suas criações. O seu autismo eleva a sua obra ao nível do mistério. Apesar disso, a peculiaridade dos seus desenhos – que “recriam” pinturas dos mestres clássicos – oferece algumas pistas ao espectador. Apenas os corpos e os rostos, com uma presença quase sobrenatural, parecem merecer ser recriados; os seus panos de fundo e paisagens são tratados como linhas estruturais ou, mais frequentemente, desvanecidos numa tempestade crepuscular de sombreados a lápis. A simplicidade do desenho de Lippstreu ressalta a humanidade das obras que interpreta, ao ponto de as vermos na sua pura essência, na sua quintessência.