Titov Yuri Vassilievich

Rússia, 1928

Nascido em 1928 em Strounino a 100 km de Moscou, Titov Yuri Vassilievitch obteve o seu diploma de arquiteto aos 23 anos. Casou-se com a jornalista Helena Stroieva e tornou-se famoso como pintor abstrato e iconógrafo. As suas obras do período dos anos 60-70 testemunham a sua oposição ao regime soviético. Após esta fase de anacronia ao regime socialista, Titov consagra-se a uma vasta criação de desenhos de cunho cristão. Os seus desenhos, expostos em Moscovo e depois nos EUA, deram-lhe a reputação de dissidente e no início dos anos 70 o casal viu-se forçado a deixar o país e instalou-se em Paris. A condição de imigrante e as desilusões com a sociedade ocidental marcaram fortemente a sua esposa que se suicidou por enforcamento no ano de 1975. Assim começou um longo período de penúrias para o artista pautado por passagens em hospitais psiquiátricos. Em 1999, o escultor e poeta russo Alexei Khvostenko juntamente com o compositor Kamil Tchalaev, conseguiram a admissão de Titov em Zemgor, um asilo onde ele mora até hoje. A partir daí, o artista começou a realizar centenas de projetos de uma arquitetura mística e também a compor “meta-poesias”. Considera-se como arquiteto, criador de projetos “místicos-reais”, que poderiam chegar a ser materializados”. “Existe tudo na vida, até o nada”, diz o artista.